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  • Foto do escritorPedro Paz de Barros

A importância do audiovisual durante o isolamento social

Atualizado: 5 de fev. de 2021


(pixabay/reprodução)



A pandemia e na seus impactos indústria cinematográfica


Nem mesmo o roteirista de cinema mais renomado da indústria, poderia escrever uma história tão complexa como fora a pandemia do novo coronavírus no mundo. O roteirista precisaria ter a frieza de escrever sobre algo extremamente trágico e, ao mesmo tempo, equilibrar as dosagens de esperança de seus personagens para conseguir concluir a narrativa. Provavelmente o final seria ambíguo, agridoce ou amargo, porque afinal, os danos causados por esse surto viral são irreparáveis e mesmo que no campo do ficcional isso seja possível de se manipular, na vida real não é.

Os primeiros casos da doença em decorrência do novo coronavírus tiveram origem na cidade de Wuhan, localizada na província de Hubei, China. A cidade possui um dos maiores mercados de frutos do mar do mundo que também agregava nas barracas, muitas das vezes próximas umas das outras, a venda de carne de animais selvagens. Não por acaso o vírus nasceu de uma zoonose, isto é, de uma doença animal que fora transmitida para os seres humanos e, consequentemente, dado o alto índice de transmissibilidade, o vírus espalhou-se pelo mundo.

A infecção ocorre, principalmente, a partir do sistema respiratório e pode ocasionar uma série de sintomas que variam de acordo com o metabolismo e sistema imunológico de cada pessoa. A taxa de mortalidade mesmo que baixa, aumenta consideravelmente quando o paciente infectado faz parte de algum grupo de risco, como pessoas acima de sessenta anos, hipertensas, com diabetes e etc.

Dessa forma, instaurou-se no mundo a situação de pandemia e as consequências foram diversas. Com as recomendações de isolamento social da Organização Mundial de Saúde (OMS), muitas empresas cortaram empregados, dando início a uma onda de desemprego, as que conseguiram manter o quadro de funcionários tiveram que se adaptar as medidas de segurança e isso implicou em uma queda considerável na produtividade. As preocupações com um vírus desconhecido, somaram-se com a crise econômica e acabou afetando diversas áreas da sociedade, como por exemplo, o entretenimento.

Diversas salas de cinema fecharam pelo mundo e isso implicou em um prejuízo sem precedentes, já abordado por muitos especialistas como um dos piores anos da história da sétima arte em termos econômicos. Migrar para os serviços streaming foi uma possibilidade utilizada pelos realizadores para distribuir suas obras, entretanto, muitos cineastas mais conservadores tinham a preferência de exibir seus filmes – já produzidos - numa sala de cinema onde há uma amplificação dos sentidos permitindo maior possibilidade de imersão por parte do público. Christopher Nolan, diretor de Tenet (2020), por exemplo, negou propostas de distribuir seu filme em plataformas digitais o que fez com que a obra ficasse engavetada por alguns meses até ser lançado oficialmente no mundo no dia 26 de agosto e no Brasil 29 de outubro.

Aguardar a volta à normalidade para distribuir uma superprodução nos cinemas, como a de Nolan, é um risco. Isso porque, não há como prever a desaceleração do contágio do vírus no mundo, tendo em vista que em cada país existe uma situação completamente diferente. Além do mais, mesmo com as salas voltando a operar, é um recomeço gradativo que gera implicações diretas na bilheteria. Uma das grandes produções prevista para a temporada, o live-action de Mulan (2020), por exemplo, se rendeu ao streaming e foi disponibilizado pela Disney no seu catálogo de streaming por valor de locação, amenizando os ânimos dos produtores, pois, por se tratar de uma produção cara, temiam prejuízo na receita.

O cinema que havia sobrevivido a guerras durante sua história, nunca havia sofrido uma interrupção como fora em 2020. Após as salas terem sido fechadas na China e em seguida nos Estados Unidos, o mundo inteiro também fechou. No Brasil, mesmo com as salas encerrando o funcionamento, as distribuidoras já pensavam na reabertura dos cinemas e isso, por sua vez, implicou numa baixa muito grande em termos econômicos pois houveram vários adiamentos até perceberem que era impossível fazer qualquer tipo de previsão a curto prazo. Além de não existir data fixa para o retorno, também não dava pra saber se, quando as salas voltassem a funcionar, as pessoas se sentiriam seguras e confortáveis para irem prestigiar um filme, isto é, os impactos da pandemia na indústria cinematográfica também passava pelas incertezas comportamentais do consumidor.



Streaming e séries


(pixabay/reprodução)


No cumprimento do distanciamento social, as pessoas passaram a ficar muito tempo em suas casas, consumindo os conteúdos que tinham à disposição. De acordo com a CONVIVA, agência de monitoramento de streaming, houve um crescimento de 20% nos acessos dos serviços de streaming e, além do mais, plataformas como Prime Video e Netflix foram as mais bem sucedidas durante à crise. A matemática é simples: mais pessoas isoladas resultam em maior audiência de produtos que podem ser vistos de casa.

Um levantamento feito pelo Itaú Cultural/Datafolha, referente ao consumo cultural na web revelou que 73% das pessoas consumiram filmes e séries durante o isolamento social e, embora esses dois tipos de conteúdos audiovisuais estejam colocados na mesma prateleira, eles possuem particularidades bem diferentes.

As séries de TV são divididas em episódios (ou em capítulos dependendo do formato) e possuem a capacidade de aprofundar melhor as histórias e inserir personagens com mais camadas do que em um filme, por exemplo. Com a alta dos serviços de streaming nos últimos tempos, a estrutura das séries foi se moldando de acordo com a necessidade da audiência, isto é, as pessoas estavam consumindo esse tipo de conteúdo em todos lugares de forma portátil e foi necessária a implementação de artifícios que facilitassem o consumo.

O “gancho” narrativo ao fim de um episódio somado à transição automática do player do serviço streaming tornou a experiência de prestigiar uma série muito mais duradoura do que na década de 90, por exemplo, onde os episódios das produções eram semanais. Hoje, as pessoas passam horas na frente do computador, TV, celular ou tablet sem sequer perceberem o tempo passar, dando origem ao termo “maratonar” que significa, em linhas gerais, assistir vários episódios de uma série seguidamente, muitas vezes por horas.

De acordo com o crítico de séries e cinema, Paulo Gustavo Pereira, as séries possuem estrutura semelhantes as dos filmes, exceto pela possibilidade de aprofundar os personagens, fazendo com o público tenha maior investimento emocional. Paulo afirma que uma das características das séries é que, principalmente no passado, o público participava ativamente das decisões criativas das produções, isto é, os roteiristas observavam o feedback do público para só assim, fechar um roteiro final. Isso fazia com que muitas produções seriadas, principalmente na década de 80, 90 e até o início dos anos 2000, fossem extremamente populares.

Pereira menciona também, que os serviços de streaming vieram para ficar e implicam diretamente no formato das produções mais recentes. A Netflix, por exemplo, ao lançar uma série, já tem a temporada inteira produzida, ou seja, o feedback da audiência que antes os roteiristas tinham por episódio, desta vez, eram a cada temporada. Para o crítico, existe um risco de fracasso nesse modelo de produção e para ter dimensão das consequências basta ver quantas séries a Netflix cancela anualmente.

Fato é que o consumo massivo das séries durante a pandemia passa diretamente pela acessibilidade dos serviços de streaming hoje encontrados. As pessoas conseguem ter acesso a diversos conteúdos sem precisarem sair de casa e mesmo quando saem, a tecnologia permite o consumo de conteúdos de forma portátil. O streaming não irá engolir a sétima arte, na verdade o streaming faz parte da evolução da sétima arte, entretanto, ao fim da pandemia as pessoas continuarão visitando salas de cinema pois estarão à procura de uma experiência que uma tela de celular não oferece, por exemplo. Mas é inegável o papel que os conteúdos dos serviços de streaming tiveram para o entretenimento das pessoas em um dos momentos mais adversos da indústria cinematográfica.



Produção audiovisual independente durante a pandemia


(Donald Tong/reprodução)


Grandes produtoras conseguiram se manter mesmo sem os lançamentos de seus filmes nos cinemas, isso porque, a divulgação através de festivais pelo mundo permitiu que muitas produções fossem distribuídas em catálogos de streaming, dando visibilidade por todo o mundo e, é claro, gerando lucro.

Contudo, esse respiro econômico não é o mesmo quando se trata de produções audiovisuais independentes. De acordo com dados da Agência Nacional de Cinema (ANCINE), das 7.312 produtoras audiovisuais do Brasil inscritas e regulares, cerca de 56% são produtoras independentes e, além do mais, o produtor individual, popularmente chamado de filmaker, sequer entra nesses números. Isso revela que a maioria das produções nacionais não são de grandes produtoras e, certamente, quem produz conteúdos de forma autônoma não possui o amparo de distribuição presente em grandes produções.

Bruno Ramos é produtor de conteúdos audiovisuais independente, foi produtor e assistente de direção do filme “Ainda Se Morre Na Fila do Hospital” (2015) dirigido por Lucas Guerra, trabalhou como roteirista e diretor do curta-metragem “Estado de Neblina” que concorreu na Mostra Ecofalante em 2020. Na entrevista abaixo, Ramos fala um pouco sobre os problemas enfrentados por quem produz audiovisual de forma independente além de traçar um panorama das consequências que a pandemia trouxeram para essa área em específico.


Inicialmente, Bruno, gostaria que você se apresentasse mencionando sua formação e sua trajetória no audiovisual, por gentileza.

Bruno: Meu nome é Bruno Ramos, ainda a caminho de me formar em Audiovisual pelo Senac Santo Amaro e não posso dizer que tenho uma trajetória, mas tenho tentado colaborar com pessoas com quem me alinho de maneira geral na vida afim de perseguirmos um trajeto de um cinema que nos importa. Nesse sentido, participei de alguns filmes, como o Ainda Se Morre na Fila do Hospital de 2015, dirigido por Lucas Guerra, e no qual atuei na Produção e como assistente de direção. E o mais recente é o curta-metragem Estado de Neblina. Neste eu escrevi o roteiro e dirigi. Atualmente estou escrevendo um roteiro para um novo curta-metragem abordando um aspecto da luta de classe na pele de um motoboy precarizado.


Bruno, a pandemia afetou a indústria cinematográfica como um todo. O produtor de conteúdos audiovisuais independente também é lesado financeiramente nesse período? Se sim, de que forma?

Bruno: Acho que, em geral, quem produz de forma independente está sempre atrás. Pode ser atrás de dinheiro de edital, atrás de financiamento privado ou socialmente atrás mesmo. A não ser que o indivíduo seja herdeiro, ele precisa se ocupar em primeiramente não morrer de fome e depois em desenvolver um projeto. Mas isso tudo era na época de políticas públicas, agora está bem pior, mas o pensamento de organização coletiva para produzir não fenece nem nas condições atuais.


Eu gostaria que você discorresse sobre a importância (se é que você acha que exista) do incentivo estatal, para que artistas independentes consigam se manter em momentos de crise.

Bruno: O incentivo e investimento na cultura é algo totalmente assimilado dentro da democracia liberal burguesa. É um princípio "universal", digamos assim. Mas o liberalismo - ou seus arautos - é apaixonado pela "letra da lei" e ignora as condições materiais do mundo, a realidade; tanto que, políticas públicas de incentivo à cultura, quando existem, são ineficientes e beneficiam mais as grandes produtoras do que a maioria que faz a correria de fazer um filme com muito rigor, raça e um baixíssimo orçamento. Então incentivo estatal já é algo dado e assimilado, já é um princípio integrado à noção de democracia, mas a diferença de aplicação desse princípio entre um governo liberal e autoritário é a politicagem que altera quem faz parte da minoria beneficiada, o grupelho escolhido.


Em sua opinião, qual vertente ou função dentro de uma produção independente foi mais afetada durante a pandemia?

Bruno: Em termos financeiros, quem produz (pensando em cinema, especificamente) de forma independente foi afetado primeiro pelo (ou pela falta) do trabalho que lhe sustenta, aí vem a solidariedade, organização pelo ganha pão, e então, pensando num contexto de produção audiovisual mesmo, creio que não haja tanta diferença, a não ser operacional, repensar produção, planejar outras formas de captação, etc.


É possível produzir e dirigir um filme remotamente? Se sim, qual a maior dificuldade?

Bruno: É possível, a dificuldade maior provavelmente é operacional, mas existe também a dificuldade estética. Porque o processo precisa ser pensado dentro das condições materiais impostas e fica tudo muito mais limitado dentro de qualquer proposta de cinema, seja documentário ou ficção. Talvez só não mude nada para quem faz animação e filmes com imagens de arquivo.


Por fim, a linguagem audiovisual no século XXI, é um tanto maleável dada a variedade de tecnologias disponíveis. Hoje em dia novos formatos surgiram, como por exemplo os Desktop Films, que são obras cinematográficas mostradas integralmente ou parcialmente através de uma tela de computador. Você acha que esse tipo formato pode ganhar força neste momento delicado? Se sim, por quê?

Bruno: Como o cinema é uma linguagem viva que se altera de acordo com os componentes de seu tempo, com certeza novos formatos irão ganhar força; querendo os mais tradicionais ou não, para que a linguagem não morra ela precisa estar em constante estado de antropofagia, engolindo tudo ao seu redor para manter-se afiada, relevante, e engajando pessoas. Isso não significa leviandade e menos rigor, mas aproveitar-se das janelas possíveis do mundo para enxergar o conflito humano de outros ângulos não antes experimentados.



Projeto “É Nóis Na Fita” incentiva jovens a produzirem cinema durante a pandemia


Estudar cinema do Brasil não está longe de ser acessível. O alto custo de investimento afasta o audiovisual de jovens que se interessam pela área. Sabendo disso, em 2014, surgiu o projeto “É Nóis Na Fita”, que visa justamente levar um curso de cinema denso para jovens da periferia de São Paulo de forma gratuita. Contudo, o curso que sempre foi presencial se deparou com a necessidade de se adequar as mudanças trazidas pela pandemia do novo coronavírus. Criou-se então o “É Nóis Online”, que se trata de uma versão condensada do presencial e, dessa vez, com vagas disponíveis para jovens do Brasil inteiro.

Não se tratava somente de uma adaptação na grade do curso, mas sim, em como ensinar os alunos a produzirem um filme (curta-metragem) de forma complemente remota. O desafio foi passar para os atores instruções da parte de filmagem, som e fotografia, pois não existia a possibilidade de se ter uma equipe reunida, por motivos óbvios. A parte de produção, embora comprometida, comprovou que mesmo uma pandemia não consegue parar a arte, isto é, o projeto “É Nóis Na Fita” revelou que a criatividade é imune a todo esse momento de crise.

Fiquem com o podcast contendo o depoimento da Eliana Fonseca, atriz, professora, roteirista, diretora e idealizadora do projeto “É Nóis Na Fita”. Nesse episódio ela menciona quais foram os objetivos iniciais e valores do curso que, mesmo hoje, segue sendo um referência ao que se diz respeito ao corpo docente. Acompanhe:







A ligação do cinema com o emocional humano


A pandemia, para além do campo socioeconômico, afetou milhares de pessoas psicologicamente. As consequências são diversas: estresse, ansiedade e até mesmo depressão. O isolamento é o principal catalisador desses problemas, isso porque a ausência de contato com outras pessoas somada ao bombardeio de informações, geram incertezas que levam o indivíduo a ter essas crises.

Uma pesquisa realizada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) intitulada “ConVid Comportamentos” analisou o comportamento de algumas pessoas durante a pandemia, e afirmaram que 40,4% dos entrevistados alegaram sentir tristeza ou depressão, e 52,6% disseram sofrer com nervosismo ou ansiedade de forma recorrente.

A recomendação de especialistas é de que, caso a pessoa sinta esses desvios emocionais, o ideal é ela não sentir vergonha em pedir ajuda para que a mesma possa ter amparo clínico e, em casos mais graves, acompanhamento presencial. Dito isso, as alternativas de entretenimento têm sido um ponto de alívio durante as tensões causadas pela pandemia, como atividades físicas, aventuras na cozinha e até mesmo o consumo de filmes e séries. Quanto esta última, existe uma explicação científica que liga a forma da linguagem aos sentidos humanos.

É comum as pessoas assistirem um filme e terem sentimentos diversos. Esse impacto se dá principalmente pelo fator de identificação do público com a obra que, na maioria das vezes, constrói uma narrativa que serve como recorte da sociedade. Desse modo, a produção deixa de ser parte somente da zona do entretenimento e sensibiliza cada espectador de formas diferentes.

De acordo com o biomédico especialista em saúde emocional, Dr. Paulo Valzacchi, um filme possui três partes bem particulares que sensibilizam o emocional do ser humano e elas são: os recursos do áudio, visual e a construção de uma história. Valzacchi diz que o canal de entrada que o ser humano tem com o mundo exterior são os sentidos, e esse canal realiza profundas neuroconexões.

“Toda a sonoplastia dos filmes quando bem estruturada tem a capacidade de alterar e trazer à tona uma series de emoções, bem como as imagens que são verdadeiros arquétipos, ou modelos de interação emocional, sem contar que uma boa história pode nos sensibilizar e nos levar em minutos a extremos emocionais, como raiva e risos, a manipulação do conteúdo áudio visual e da linguagem, nos remete a uma extraordinária viagem emocional, graças a identificação que nos desperta.” Afirma o doutor.

Tamanhas a propriedade dessa linguagem que a mesma é até mesma utilizada como ferramenta psicoterápica, isto é, a cinematerapia. A prática, ainda pouco difundida no Brasil, demonstra o poder da sétima arte e como a mesma pode ser utilizada para fins medicinais em alguns casos. Entretanto, a terapia através de filmes, deve ser feita com acompanhamento de um profissional, porque, afinal, nem todas as obras conseguem imprimir ao espectador a sensação de cura interior. Sobre essa prática, o Dr. Paulo Valzacchi diz:

“Eu acredito que o poder da cinematerapia não se resume apenas em assistir um vídeo por exemplo, mas num debate aberto com várias pessoas, em vista que quando assistimos um vídeo por exemplo, existe um manancial de riqueza de interpretações no momento que todos debatem, dessa forma eu acredito que de certa forma a pessoa sozinha pode ter muitos insights e novas percepções, porém é num debate de grupo, onde dezenas ou centenas de novas reformulações podem surgir, a interação é necessária com as chances maiores para que criemos uma flexibilidade.”

Tendo em vista a força que a linguagem audiovisual possui sobre o ser humano, no confinamento obrigatório, muitas pessoas adotaram o consumo dessa arte como forma de se entreter. A falta de ir presencialmente é sentida, contudo, o que faz a ligação com os sentidos das pessoas são os artifícios de uma obra e não o seu meio. As pessoas passaram mais tempo em casa, consumiram mais produções e possivelmente foram impactadas emocionalmente em um dos momentos mais complicados do século XXI: a pandemia do novo coronavírus.

“Neste período [de pandemia] nos vemos de certa forma invadidos pelo medo, insegurança, onde a ansiedade age diretamente em nosso cotidiano, por vezes existe um bombardeamento da ideia de morte iminente, e nosso sistema emocional de sobrevivência acaba saturando, causando vários transtornos, porem no momento que você se dispõe a buscar uma válvula de escape, eu acredito que os recursos audiovisuais são a formula exata e de boa relevância, pois de certa forma nos desligamos daquela realidade e nos transportamos para uma história paralela, diminuindo assim o impacto constante dos problemas, não como uma fuga, mas como um equilibrador.”.

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